Colocando em perspectiva os casos de homicídios dolosos em Fortaleza em 2013

Nos seis primeiros meses de 2013, Fortaleza registrou 982 homicídios dolosos (quando há a intenção de matar). Para colocar esses números em perspectiva, fui atrás dos dados das demais capitais do Brasil. O problema é que celeridade não é o forte das secretarias de Segurança dos estados. No Rio de Janeiro, só tem estatísticas até Maio; Bahia e Paraná não atualizam desde Março. Fora os que não disponibilizam dado nenhum: Acre, Rio Grande do Norte, Pará, Amapá, Sergipe, Roraima, Alagoas e Tocantins.

É possível comparar os casos de homicídios dolosos, mês a mês (de Janeiro a Junho), entre 11 capitais: Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, Porto Alegre, Recife, São Luís, São Paulo e Vitória. Como a proposta é olhar os números por mês, adicionei à lista Brasília e Rio de Janeiro (que tem dados até Maio), Salvador e Curitiba (que tem dados até Março). No infográfico percebemos que Fortaleza reina absoluta na primeira colocação.

Mas não é apenas em números absolutos que a capital cearense se destaca no ranking dos assassinatos. Quando comparamos a taxa de homicídios por 100 mil habitantes entre Janeiro e Junho de 2013, Fortaleza é vice-líder, colada no primeiro colocado (João Pessoa) e com bastante folga para o terceiro (São Luís). Nesse gráfico foram retirados Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Cuiabá porque não há dados dos seis primeiros meses do ano. Porto Velho, João Pessoa, Teresina e Manaus, que disponibilizam apenas o total de casos do semestre, foram adicionados.

http://s3.datawrapper.de/HMlZf/

Ceará tem a maior queda na mortalidade infantil do Brasil, aponta IBGE

A mortalidade infantil no Ceará caiu de 111,5 por mil nascidos vivos, em 1980, para 19,7 por mil, em 2010, o que representa queda de 82,33%. Esse número representa a maior queda na mortalidade infantil entre todas as Unidades da Federação, de acordo com os dados do Tábuas de Mortalidade 2010, divulgado nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda cearense é superior à média nacional, de 75,8%. Não há dados referentes ao Tocantins.

Em 3 décadas, Ceará tem a 5ª maior alta na expectativa de vida entre as UF; CE tem a 3ª melhor expectativa de vida do Norte-Nordeste

A expectativa de vida no Ceará aumentou de 58,96 anos, em 1980, para 72,4 anos, em 2010, um acréscimo de 13,44 anos. Esse é o quinto maior crescimento na expectativa de vida entre as 27 Unidades da Federação, de acordo com os dados do Tábuas de Mortalidade 2010, divulgado nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na frente do Ceará, 4 outros estados do Nordeste: Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, respectivamente. Não há dados referentes ao Tocantins.

De acordo com a Tábuas de Mortalidade 2010, o Ceará tem a terceira melhor expectativa de vida do Norte-Nordeste.

Em 30 anos, a expectativa de vida entre as mulheres cresceu 14,38 anos, enquanto entre os homens a subida foi de 12,48.

Ceará tem o melhor IDH Educação do Nordeste

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou nesta segunda-feira (29) o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) das cidades brasileiras (veja o IDH de todos os municípios do Ceará). O IDHM vai de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano; quanto mais próximo de um, melhor. A seguir os resultados do Ceará em Educação, Renda, Longevidade e o IDHM geral, que leva em consideração as categorias anteriores. O Pnud classifica como “muito alto desenvolvimento humano” índices entre 0,8 e 1.

Nenhum estado brasileiro foi classificado com IDH “muito baixo” (0 a 0,499) ou “baixo” (0,5 a 0,599). Os estados com cores amarelas tiveram avaliação “média”; os verdes, “alta”.

A renda média mensal por pessoa, o IDH Renda, do Ceará é o quinto pior do país, R$ 460,63. Distrito Federal possui a melhor: R$ 1715,11; Maranhão, a pior: R$ 360,34. Os valores são de 2010.

Com índice 0,793, o Ceará tem seu o melhor desempenho no IDH no quesito Longevidade.

O IDH Educação é, de longe, onde as unidades da federação vão pior. Ninguém atingiu 0,8 (“muito alto”) e 12 UF tiveram um IDH considerado “baixo”. O Ceará obteve o melhor resultado entre os estados do Nordeste e foi o único a superar a marca de 0,6 (“médio”).

Fortaleza entre as 5 capitais com menor variação no preço da tarifa do ônibus nos últimos 19 anos

A passagem de ônibus em Fortaleza aumentou 450% nos últimos 19 anos, o que coloca a capital do Ceará como a quarta do Brasil com o menor crescimento no período. Brasília, Recife, São Luís e Belo Horizonte completam a lista. De acordo com o estudo Evolução das Tarifas de Ônibus Urbanos 1994 a 2003, do Ministério das Cidades, em Julho de 1994 a tarifa em Fortaleza era R$ 0,40. Atualmente, é R$ 2,20.

Como mais de 10 capitais anunciaram redução no preço da passagem desde Junho, os valores utilizados foram os de antes da redução. A fonte foi o G1. Belo Horizonte, Recife e Brasília possuem tarifas com valores diferentes dependendo do destino, usamos os valores mais baixos.

Uma passagem desse estudo de 2004:

As tarifas praticadas atualmente, são consideradas elevadas pelo usuário, e têm sido responsável pela crescente exclusão de milhares de cidadãos dos serviços de transporte público coletivo oferecidos nas cidades, e pelo aumento da “marcha a pé” por motivo de trabalho nos grandes centros urbanos. O alto valor das tarifas tem sido responsável também pelo surgimento de novos problemas sociais como os “desabrigados com teto”, trabalhadores sem o direito de ir e vir por falta de dinheiro para pagar a passagem.

Semana passada o Ipea lançou uma nota técnica sobre a tarifação do transporte público urbano. De acordo com o relatório, as tarifas de ônibus subiram mais do que os custos de carros e motos entre 2000 e 2012. A fuga dos passageiros e a alta dos insumos é aponta como razões para a subida no preço da passagem:

Pelo lado dos custos observa-se uma elevação real dos principais insumos do setor (principalmente o diesel), enquanto pelo lado da demanda observa-se que o volume de passageiros pagantes caiu bastante em relação ao final do século passado. A conjunção desses dois fatores — elevação dos custos e redução dos níveis de passageiros pagantes — provocou a elevação do preço das tarifas em termos reais.

Há na nota técnica uma evolução da tarifa do ônibus e da inflação entre 2000 e 2012 em 11 capitais. Ao lado de Brasília, Fortaleza é uma das duas únicas capitais em que a variação do valor da passagem não ultrapassou o da inflação. Infelizmente não achei os dados brutos, por isso reproduzo a imagem que vem no estudo.

Evolução da tarifa de ônibus