Data Journalism Handbook agora em português

Data Journalism Handbook agora em portuguêsApós a versão inglesa, russa, espanhola, francesa e georgiana, finalmente saiu a versão em português do The Data Journalism Handbook, o Manual de Jornalismo de Dados.

A edição traz novos capítulos escritos por Alberto Cairo, Claudio Weber Abramo, Gustavo Faleiros, José Roberto de Toledo, e Marcelo Träsel.

Via

Editor multimídia do NYT ministra curso online sobre motion graphics

Graham Roberts, editor multimídia e de gráficos do NYT, vai ministrar um curso online sobre motion graphics. Representando o NYT no último Malofiej (o ‘Oscar’ da infografia), Roberts saiu do evento com sete ouros, um terço do total. A seguir um dos trabalhos premiados.

Colocando em perspectiva os casos de homicídios dolosos em Fortaleza em 2013

Nos seis primeiros meses de 2013, Fortaleza registrou 982 homicídios dolosos (quando há a intenção de matar). Para colocar esses números em perspectiva, fui atrás dos dados das demais capitais do Brasil. O problema é que celeridade não é o forte das secretarias de Segurança dos estados. No Rio de Janeiro, só tem estatísticas até Maio; Bahia e Paraná não atualizam desde Março. Fora os que não disponibilizam dado nenhum: Acre, Rio Grande do Norte, Pará, Amapá, Sergipe, Roraima, Alagoas e Tocantins.

É possível comparar os casos de homicídios dolosos, mês a mês (de Janeiro a Junho), entre 11 capitais: Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, Porto Alegre, Recife, São Luís, São Paulo e Vitória. Como a proposta é olhar os números por mês, adicionei à lista Brasília e Rio de Janeiro (que tem dados até Maio), Salvador e Curitiba (que tem dados até Março). No infográfico percebemos que Fortaleza reina absoluta na primeira colocação.

Mas não é apenas em números absolutos que a capital cearense se destaca no ranking dos assassinatos. Quando comparamos a taxa de homicídios por 100 mil habitantes entre Janeiro e Junho de 2013, Fortaleza é vice-líder, colada no primeiro colocado (João Pessoa) e com bastante folga para o terceiro (São Luís). Nesse gráfico foram retirados Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Cuiabá porque não há dados dos seis primeiros meses do ano. Porto Velho, João Pessoa, Teresina e Manaus, que disponibilizam apenas o total de casos do semestre, foram adicionados.

http://s3.datawrapper.de/HMlZf/

Jornal argentino entre os vencedores do Data Journalism Awards 2013

O La Nación foi o vencedor na categoria Data-Driven Investigations Big Media no Data Journalism Awards 2013, o principal prêmio do jornalismo de dados do mundo. O jornal argentino ganhou o prêmio com uma reportagem sobre as despesas do Senado argentino entre 2004 e 2013.

O pessoal do Tableau criou um mapa interativo com todos os indicados e vencedores. O Brasil teve dois finalistas: Rede de Escândalos, da Veja, e InfoAmazônia, do jornalista Gustavo Faleiros. Veja a lista completa dos finalistas e dos vencedores.

Knight Center oferece curso gratuito sobre jornalismo de dados

O Knight Center abriu inscrições para um curso sobre jornalismo de dados. Gratuito, o curso terá seis semanas de duração e será ministrado em espanhol pela jornalista Sandra Crucianelli, que esteve no congresso da ABRAJI de 2012 falando sobre o assunto.

No fim do ano passado, também pelo Knight Center, fiz o curso Introdução à Infografia e à Visualização de Dados, com Alberto Cairo. O material disponibilizado era excelente (muitos vídeos e textos) e os debates nos fóruns intermináveis, mas sempre enriquecedores. Se este curso seguir na mesma linha será imperdível. No blog da Crucianelli há uma série de vídeos sobre jornalismo de dados. Segue o primeiro:

Guardian lança livro sobre jornalismo de dados

Simon Rogers, editor do Datablog, publicou recentemente um livro que conta como o jornalismo de dados está sendo utilizado no Guardian, Facts are Sacred. Em meados de 2011, comprei um e-book do Rogers exatamente sobre esse tema, chamado Facts are Sacred: The power of data. Perguntei para ele se era uma nova edição. Ele respondeu que não. Ainda assim, acredito que alguns temas do livro de 2011 serão retomados: o escândalo das despesas dos deputados do Parlamento, os gastos do governo britânico entre 2010/11, os tumultos na Inglaterra em 2011, e, evidentemente, os vazamentos de informações sobre a Guerra do Afeganistão e a Guera do Iraque. Todavia, é esperar sair este novo livro em versão digital para conferir. Diferentemente do primeiro, este é ricamente ilustrado.

Para promover o lançamento do livro foram produzidos três vídeos sobre dados no Guardian: What is data journalism at the Guardian?, History of Data Journalism at The Guardian e Data journalism in action: the London Olympics. Segue o primeiro:

Raio-X das apreensões de drogas em Fortaleza em 2012

Mais de meia tonelada de drogas foram apreendidas em Fortaleza durante todo o ano passado. Mas, assim como no caso dos homicídios dolosos, não encontrei informação detalhada. Qual foi o entorpecente mais apreendido? Quanto do valor total foi confiscado no meu bairro? Há relação entre os locais mais violentos e os com maior apreensão de drogas?

Nos relatórios da SSPDS encontramos a quantidade de gramas apreendidas de cocaína, crack e maconha nos bairros. Por alguma razão que desconheço, nos seis primeiros meses Jangurussu e Conjunto Palmeiras são apontados como um só local. A partir de julho, todavia, são desmembrados. Na impossibilidade de saber quanto foi apreendido em cada um deles até junho, em todos os gráficos eles aparecem juntos. Mas antes de listar os bairros, vale pena fazer uma visão geral.

Qual o mês com o maior número de apreensões de drogas? Será que há uma discrepância no decorrer do ano? E se discriminar-mos as drogas, será que alguma teve um desempenho fora da curva? Clique na imagem para os infográficos.

Drogas por mês

Percebe-se que a maconha foi a droga mais confiscada. De fato, a planta representa mais de 70% das apreensões ano passado.

Total de drogas apreendidas

Em valores absolutos, os 10 bairros com mais entorpecentes apreendidos em 2012 foram, na ordem: Jangurussu/Conjunto Palmeiras, Messejana, Cidade dos Funcionários, Jacarecanga, Ellery, Castelão, Barra do Ceará, São João do Tauape, Barroso e Aeroporto.

Sete bairros não tiveram nenhuma apreensão no ano passado: Cambeba, Farias Brito, Gentilândia, Mata Galinha, Parque Iracema, Salinas e São Bento. 938,6 gramas foram confiscadas em localidades não identificadas. Clique na imagem para ver a lista completa com valor apreendido todos bairros.

Bairros com mais entorpecentes apreendidos em 2012

Quando calculamos o número de apreensões de drogas por mil habitantes, o Castelão assume a liderança. Dunas, que aparecia em 23º em valores absolutos, sobe para o terceiro lugar. O Jangurussu/Conjunto Palmeiras, por sua vez, que era líder, cai para a 16º colocação. Não encontrei a população do Parque Santa Maria, que teve 55,5 gramas apreendidas ano passado.

Apreensão de drogas por mil habitantes

Em valores absolutos, cinco dos 10 bairros com mais entorpecentes apreendidos em 2012 também estão na lista dos bairros mais violentos: Jangurussu/Conjunto Palmeiras, Messejana, Barra do Ceará e Barroso. Fiz um gráfico de dispersão mostrando a relação entre homícidios e a apreensão de drogas em cada bairro. Gentilândia, Salinas e São Bento não estão presentes porque não tiveram homicídios nem drogas apreendidas ano passado. Amadeu Furtado, Bairro de Lourdes, Bom Futuro, Coaçu, Guajerú, Parque Araxá, Parque Manibura e Parreão também estão de fora porque não tiveram homicídios. Por fim, nos bairros Cambeba, Farias Brito e Parque Iracema não teve apreensão de drogas, logo também não estão listados.

Drogas x Homicídios

Outro infográfico de dispersão, agora mostrando a relação entre a apreensão de drogas e a renda de cada bairro. Não estão presentes os sete bairros que não tiveram nenhuma apreensão ano passado e o Parque Santa Maria.

Drogas x Renda

Por fim, um resumão relacionando as apreensões de drogas e as regionais (mapa das regionais). Regional VI foi a que teve mais drogas apreendidas em 2012, concentrando 43% das apreensões.

Drogas por Regional

Tal como fiz com os homicídios dolosos, essas são algumas leituras possíveis cruzando os números da SSPDS com dados do IBGE. As informações usadas neste post estão disponíveis para download ao clicar nas imagens.