“Talvez nós, jornalistas, não somos tão bons quanto pensamos em comunicar os nossos dados (ou com dados)”

A frase do título é de um slide da apresentação do Alberto Cairo durante o 14º Simpósio Internacional de Jornalismo Online. Outros três jornalistas participaram do painel sobre visualização de dados. Hannah Fairfield, do NYT, falou sobre o processo de criação da matéria Snow Fall, que ganhou o prêmio de formato mais inovador no Malofiej deste ano. Scott Klein, do ProPublica, comentou sobre design de interação e, entre vários exemplos, citou uma reportagem que permite o leitor comparar escolas públicas americanas. Por fim, Kim Rees, do Periscopic, contou como foi o processo de criação do site que contabiliza todas as mortes por arma de fogo nos Estados Unidos.

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Um resumo do painel aqui.

Ferramenta interativa permite comparar desempenho de países em diferentes tópicos

O Better Life Index é uma ferramenta desenvolvida pela OCDE que permite comparar os 34 países-membros (mais Brasil e Rússia) em 11 tópicos que a organização avaliou como essenciais para o bem-estar da pessoas. O Brasil se destaca em alguns temas.

No quesito segurança, por exemplo, lideramos o número de assassinatos com uma taxa de homicídios por ano de 22,7 por 100 mil habitantes. Em segundo lugar aparece o México com 19. A média da OCDE é de 2,1. Trocamos de lugar com o México quando o assunto é assaltos. Em um ano, 10,98% da população mexicana relatou ter sido vítima do crime, enquanto no Brasil o número foi de 9,38%. A média da OCDE é 4%. Os dados referentes à taxa de homicídios são de 2009 e os de assaltos são de 2010.

Segurança

Outro tópico em que o Brasil se destaca é o de renda da família. Descontados os impostos, somos o país com pior renda familiar. Enquanto a média dos países-membros é de 22.387 dólares por ano, no Brasil esse valor cai para 8.007 dólares.

Rendimentos

O vídeo a seguir mostra como a ferramenta funciona:

Desemprego entre jovens cai em 4 países da zona do euro

A taxa de desemprego entre pessoas com menos de 25 anos de idade caiu na Alemanha, na Áustria, na Estônia e na Irlanda. De acordo com dados do gabinete de estatísticas da União Europeia (Eurostat), os quatro países foram os únicos da zona do euro a registrar queda no índice em Março de 2013 em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados da Estônia são referentes a Fevereiro de 2013.

Taxa de desemprego

Tratam-se de exceções. O desemprego entre os jovens é um grande e crescente problema, diz a The Economist na seção Daily chart.

Daily chart

A média da taxa de desemprego na zona do euro subiu de 22,5% (3/2012) para 24% (3/2013). Os cinco países com os índices mais elevados, todavia, estão muito acima desse número.

Taxa de desemprego

As diferenças entre o jornalismo de dados praticado na universidade e na redação

Bate-papo sobre como a Academia e as redações estão lidando com o big data. Perto do fim, o professor Matt Waite fala mais ou menos assim:

estudantes de jornalismo que saibam escrever uma matéria e analisar dados – somente isso – é extremante raro. Fora técnicas de visualização de dados e conhecimento de código. Eu digo aos alunos: se você se comprometer a aprender essas coisas eu lhe arranjo um trabalho em qualquer lugar do Ocidente. EUA, Londres, Paris, Barcelona, escolha o local, que eu conheço alguém que precisa de uma pessoa com essas qualidades.

Portugal entre os 5 países com menos leitos da UE; Brasil é penúltimo entre os BRICS

O governo português decidiu recentemente congelar a contratação de novos leitos para cuidados continuados. Após o Tribunal Constitucional ter rejeitado o Orçamento, o governo de Passos Coelho precisa cortar cerca de 1 bilhão de euros para manter o compromisso com a Troika.

Em meados de 2012 a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou um relatório com o número de leitos nos hospital da União Europeia até 2010. Portugal ficou entre os cinco países com menos vagas. Os dados da Grécia e dos Países Baixos são de 2009. Clique na imagem para ver os detalhes.

Taxa de leitos por mil habitantes

Em outro estudo, agora comparando o número de leitos entre os 34 países membros da OCDE (também com dados de 2010), Portugal é o 22º mais bem colocado. Nessa pesquisa muitos países estão com dados defasados: além de Países Baixos e da Grécia, Austrália, Canadá e Estados Unidos apresentam números de 2009, e a Islândia de 2007.

Taxa de leitos por mil habitantes 2

Quando comparamos o número de leitos em 2000 e 2010 na União Europeia, percebemos que há um padrão de queda. Dos 27 países que formam o bloco, apenas a Grécia teve um ligeiro aumento (0,3%), enquanto em outros locais existiu uma queda bruta, como na Letônia (-4,8%). Não estão no gráfico Polônia, Bélgica, Luxemburgo, Países Baixos, Malta, Irlanda e Reino Unido devido a falta de dados referentes a 2000.

Taxa de leitos por mil habitantes 3

Entre os países da OCDE, impressiona o crescimento da Coreia do Sul. Além do país asiático e da já citada Grécia, quem também registra crescimento no número de leitos é a Turquia. Destaquei os (únicos) países que aumentaram o número de camas, as principais quedas e Portugal.

Taxa de leitos por mil habitantes 4

Para fechar, segue o desempenho dos países que fazem parte do BRICS entre 2000 e 2009. A OCDE não tinha os dados do ano 2000 de Brasil, Índia e China. Os dados da África do Sul são de 1999 e 20008. Os dados do Brasil são do IBGE e o de Índia e China do Banco Mundial. Portugal está de intruso no gráfico.

Taxa de leitos por mil habitantes 5

Knight Center oferece curso gratuito sobre jornalismo de dados

O Knight Center abriu inscrições para um curso sobre jornalismo de dados. Gratuito, o curso terá seis semanas de duração e será ministrado em espanhol pela jornalista Sandra Crucianelli, que esteve no congresso da ABRAJI de 2012 falando sobre o assunto.

No fim do ano passado, também pelo Knight Center, fiz o curso Introdução à Infografia e à Visualização de Dados, com Alberto Cairo. O material disponibilizado era excelente (muitos vídeos e textos) e os debates nos fóruns intermináveis, mas sempre enriquecedores. Se este curso seguir na mesma linha será imperdível. No blog da Crucianelli há uma série de vídeos sobre jornalismo de dados. Segue o primeiro:

Guardian lança livro sobre jornalismo de dados

Simon Rogers, editor do Datablog, publicou recentemente um livro que conta como o jornalismo de dados está sendo utilizado no Guardian, Facts are Sacred. Em meados de 2011, comprei um e-book do Rogers exatamente sobre esse tema, chamado Facts are Sacred: The power of data. Perguntei para ele se era uma nova edição. Ele respondeu que não. Ainda assim, acredito que alguns temas do livro de 2011 serão retomados: o escândalo das despesas dos deputados do Parlamento, os gastos do governo britânico entre 2010/11, os tumultos na Inglaterra em 2011, e, evidentemente, os vazamentos de informações sobre a Guerra do Afeganistão e a Guera do Iraque. Todavia, é esperar sair este novo livro em versão digital para conferir. Diferentemente do primeiro, este é ricamente ilustrado.

Para promover o lançamento do livro foram produzidos três vídeos sobre dados no Guardian: What is data journalism at the Guardian?, History of Data Journalism at The Guardian e Data journalism in action: the London Olympics. Segue o primeiro:

Infográfico reúne a demanda profissional de 30 países pelo mundo

Semana passada a BBC publicou uma matéria reunindo as 20 profissões mais requisitadas em 30 países. O Brasil, por exemplo, precisa de profissionais de TI e engenheiros. Olhando os dados que a BBC disponibilizou para baixar, apenas um país procura jornalistas: Noruega.

O método utilizado para apresentar a informação lembra muito o do Peoplemovin, que comentei aqui.

Os 20 profissionais estrangeiros mais procurados